quinta-feira, 26 de maio de 2011

E-fólio B

1.
Desenvolvimento Humano: da idade adulta à velhice.



            O desenvolvimento humano processa-se ao longo do ciclo de vida e em várias etapas, nas quais o indivíduo vai adquirindo conhecimentos e ao mesmo tempo estruturando-os de modo a que o percurso de vida seja satisfatório e conveniente com o modo de vida.

            Este trabalho trata essencialmente de duas fases do desenvolvimento humano, a saber: a idade adulta – suas principais características no processo de aprendizagem e a nível desenvolvimental, a importância do fenómeno de resiliência no processo de desenvolvimento, bem como os factores de risco e protecção ligados a este comportamento; a velhice – as grandes mudanças sociais que afectam as pessoas neste escalão etário, principais características do desenvolvimento (físico, cognitivo e psicossocial) nesta fase, o crescimento pessoal na velhice e o conceito de sabedoria nas diferentes perspectivas.



Palavras – Chave: Resiliência e Sabedoria



Introdução

            O presente ensaio visa apresentar um conjunto de características do indivíduo na idade adulta e o seu processo de desenvolvimento, dando importância à resiliência como um processo comum e presente neste período e ao seu carácter evolutivo que integra todas as fases do ciclo de vida. O indivíduo pensa e age de forma equilibrada de modo a obter capacidades para ultrapassar as dificuldades e os problemas presentes ou acumulados sem colocar em causa o seu bem-estar e desenvolvimento humano.

            Este trabalho também tem o propósito de fazer compreender as diferentes perspectivas do conceito de sabedoria, sendo necessário apresentar a velhice como fase de crescimento pessoal tendo em conta as grandes mudanças sociais que as pessoas sentem e as características do seu desenvolvimento.

Características desenvolvimentais ma idade adulta

            As características do desenvolvimento na fase da idade adulta relacionam-se com factores de ordem biológica, relacional e profissional.

            Os factores de ordem biológica estão associados ao processo de diminuição da fertilidade e do funcionamento do sistema reprodutor, quer dos homens quer das mulheres. As principais consequências destas alterações, muitas vezes, estão directamente ligadas às dificuldades em lidar com elas.

            Os factores de ordem relacional dizem respeito à vida familiar e com os acontecimentos que se vão desenrolando ao longo deste ciclo de vida. Neste sentido é necessário optar por escolher um espaço familiar adequado às suas necessidades, encontrar uma escola que corresponda às expectativas e organizar o tempo de forma a permitir maior socialização no meio ambiente que o rodeia.

             Os factores de ordem profissional estão directamente ligados à importância que o trabalho tem na vida das pessoas não só como factor de estabilidade financeira como de reconhecimento social.

Características do processo de aprendizagem na idade adulta

             Tal como o desenvolvimento, a aprendizagem é um processo dinâmico que ocorre ao longo da vida e que faz parte integrante da vida do adulto. Isto porque a nossa concepção de aprendizagem se alargou da simples acumulação de conhecimentos passando a ser olhada como um processo de transformação da experiência vivida.

            O conceito de aprendizagem significativa, integrado em qualquer período de vida, implica que esta deve ser adoptada pela própria pessoa e deve ser implicar que seja pertinente, adequada e necessária às mudanças que ocorrem. Na idade adulta o processo contém uma intencionalidade e os objectivos são definidos de modo mais concreto.

Resiliência e factores de risco e protecção

            A resiliência é um conjunto de competências do indivíduo, que permitem gerir as circunstâncias de vida com sucesso e de forma adaptada e ao mesmo tempo a capacidade de enfrentar e recuperar problemas ou obstáculos. Este conjunto de competências pode modificar-se ao longo do tempo, conforme os recursos que são mobilizados, os factores de protecção e os riscos inerentes à vida, são passíveis de provocar desequilíbrios e desajustes.

            Os factores de risco são variáveis e podem ser agrupados a nível familiar, emocional, escolar, meio ambiente onde está inserido, interpessoais e não menos importante a nível de competências.

            Os factores de protecção referem-se a variáveis que servem para eliminar ou diminuir as influências negativas quando estão exposto a riscos e contribuem para uma boa adaptação no sentido de ultrapassar as dificuldades e os problemas e são organizados no âmbito individual (autonomia, maturidade social e competências), familiar (estabilidade familiar e conjugal) e comunitário (relações de amizade, confiança e participação activa na sociedade).

Crescimento pessoal na velhice

A velhice pode se considerada uma fase de crescimento pessoal na medida em que os idosos ao fazerem uma revisão da vida, têm a possibilidade para a resolução de velhos conflitos, o restabelecimento do significado da vida e a redescoberta de verdades sobre eles próprios. Ao mesmo tempo, redefine as suas prioridades e valores, à medida que tentam dar significado à morte e ao seu percurso de vida.

Mudanças sociais na velhice

             Nesta fase, as grandes mudanças sociais relacionam-se fundamentalmente com a adaptação a esta fase do ciclo de vida, nomeadamente a reforma e a manutenção de uma vida social e familiar activa. A reforma vai influenciar a vida das pessoas no sentido em que implica a adaptação a novas realidades de ordem física, económica e social, mas também pode ser sentida como um descrédito social e consequentemente conduzir ao isolamento. Mas pode também constituir uma fase de concretização de novos projectos de vida e novos investimentos pessoais.

Características do desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial na velhice.

            A nível físico, verificam-se mudanças significativas na aparência, nos órgãos dos sentidos, nos órgãos internos e na mobilidade.

            A nível do desenvolvimento cognitivo, a velhice não implica o declínio das capacidades intelectuais. Por exemplo o professor Adriano Moreira apesar da sua idade continua a exercer a sua actividade. A perda de capacidades em pessoas na fase da velhice são, na maior parte das vezes, consequência de doenças características deste período de vida. Mas, por outro lado, as pessoas neste período ganham a sabedoria suficiente para compensarem eventuais perdas cognitivas, reorganizando e ajustando os seus comportamentos às exigências com que são confrontadas diariamente.

            A nível do desenvolvimento psicossocial, Erikson afirma que, neste período de vida, existe uma profunda reflexão sobre o que aconteceu anteriormente situando as pessoas no estádio integridade versus desespero. Uma avaliação negativa implica sentimentos de fracasso e de desespero. Uma avaliação positiva conduz a sentimentos de satisfação e de integridade da identidade. A pessoa reconhece e integra aspectos em que falhou ou oportunidades perdidas num balanço positivo. Daqui resulta a sabedoria.

            A sabedoria deve ser encarada como um conceito bastante complexo. Preocupa-se com questões universais, tenta compreender como é que diferentes aspectos da realidade se relacionam entre si e implica uma hierarquia de valores e de verdades. Normalmente as pessoas com sabedoria são capazes e conseguem situar os problemas em contextos amplos, compreenderem a vida, dar boas sugestões ou conselhos, compreenderem e avaliarem adequadamente a informação e verem o essencial das situações.

Conclusão

Ao longo deste pequeno ensaio foi reunido uma série de considerações sobre as características e os factores relacionados com o desenvolvimento humano na fase adulta, bem como o desenvolvimento de competências no processo de aprendizagem no mesmo período e a importância do fenómeno de resiliência no desenvolvimento da pessoa e dos seus respectivos comportamentos, consciencializando-se da importância em definir objectivos de vida e ao mesmo tempo conseguir ultrapassá-los tendo em conta os factores de risco inerentes a esta idade.

            Salienta-se também a importância do desenvolvimento humano na velhice, relativamente às características presentes quer a nível físico, cognitivo psicossocial e a importância do desenvolvimento da pessoa nesta idade quer no âmbito social como pessoal e a sabedoria que a pessoa atinge nesta etapa. Concluímos que o desenvolvimento humano processa-se ao longo de todo o ciclo de vida diferenciado por etapas e por conhecimentos adquiridos de forma continuada e presente desde o nascimento até à morte.



 2.

            Para fazer uma reflexão sobre o meu percurso nesta unidade curricular de Psicologia do Desenvolvimento, importa em primeiro lugar definir e alcançar os objectivos previamente definidos como estudante do ensino superior e quais os obstáculos e dificuldades que poderia encontrar no modelo de ensino E-Learning.

            Relativamente à disciplina de Psicologia do Desenvolvimento propriamente dita, pois encontrei algumas dificuldades que têm sido transversais a quase todas as unidades curriculares, nomeadamente a gestão do tempo e a utilização dos fóruns como espaços de aprendizagem e interacção. Afirmar que não tenho tempo para as actividades ou tarefas apresentadas, é puro engano ou uma forma de argumentar ou justificar o que não tem justificação. Esta foi a minha maior lacuna a nível de aprendizagens e no que diz respeito à auto-organização ou planificação do estudo, pois a produtividade poderia ser mais enriquecedora.

            Contudo, na unidade curricular de Psicologia do Desenvolvimento e a nível de competências adquiridas, consegui algum desenvolvimento psicológico a nível de formação pessoal e social, uma vez que é uma unidade, que em vários momentos apresentou-nos pistas fundamentais para entendermos o que é o desenvolvimento e a aprendizagem em termos humanos.

            Desenvolvi mais competências técnicas durante o período que abordamos o tema “ Questões Fundamentais de Psicologia do Desenvolvimento”, porque no decorrer deste tema e na apresentação dos vários subtemas a desenvolver era indicado uma metodologia de trabalho ou uma ferramenta a utilizar, senão vejamos:

·         No estudo da psicologia do desenvolvimento aprendi a utilizar e a elaborar um mapa conceptual. A sua utilização foi e será essencial na planificação do meu estudo e nas várias unidades curriculares;

·         Na compreensão sobre os conceitos e perspectivas estruturantes da psicologia do desenvolvimento, foi proposto elaborar um glossário tendo em conta os vários conceitos apresentados. Pois, este trabalho foi muito gratificante e foi dos que mais interessou, devido ao enriquecedor trabalho colaborativo que tive como uma colega.

·         Na análise da relação da psicologia do desenvolvimento com a educação e na qual utilizamos como ferramenta de trabalho a criação de um blogue e as respectivas ferramentas.

           Na abordagem do tema “ O desenvolvimento ao longo da vida” as competências técnicas desenvolvidas não foram as mais bem conseguidas em virtude de uma precária planificação e auto-organização.

            Mas, apesar destes inconvenientes consegui identificar as características dos diferentes ciclos de desenvolvimento, questionei-me sobre as problemáticas do desenvolvimento e situações ou comportamentos com os ciclos de desenvolvimento, nomeadamente em contextos e fases do desenvolvimento humano, “Idade adulta e a Velhice”.

           No período que decorreu o tema “ O desenvolvimento ao longo da vida” visualizei os vídeos apresentados e no que se refere à procura de identidade foram essenciais como suportes de trabalho para melhor compreensão deste período de desenvolvimento humano. Os contextos onde se desenrola o desenvolvimento humano “o modelo ecológico e o sociocultural” foi o menos motivante, possivelmente devido à minha falta de trabalho colaborativo.

           Na metodologia de trabalho e a nível de aprendizagem consegui tornar-me mais autónomo, colaborativo, os trabalhos de pesquisas são mais organizados e as informações mais trabalhadas, a comunicação escrita apesar de ainda conter algumas lacunas melhorou substancialmente, a capacidade de resolução de problemas aumentou e a utilização das algumas tecnologias de informação e comunicação foram essenciais para o meu desenvolvimento psicológico com vista à minha formação pessoal e social.  



Bibliografia



Marchand, H. (2001). Psicologia do Desenvolvimento. Quarteto Editora. Coimbra.

Poletto, M. & Koller, S.H.  (2008). Contextos ecológicos: promotores de resiliência, fatores de risco e de proteção. In Estudos de Psicologia, Campinas.

Tavares et al. (2007). Manual de Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem. Porto Editora.